quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pipoca: Shame por Steve McQueen








Tanto a sinopse como o comentário de Clooney no Golden Globes, instigou-me a ver este filme e me surpreendi com o profundo e excelente roteiro apresentado. O filme gira em torno de seu título -como deve fazer uma historia - e a vergonha permeia a historia. Vergonha do vicio, vergonha da falta de controle, vergonha da recriminação social e familiar e profissional. O gozo tem gosto de vergonha. 
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Brandom (Fass) é um homem jovem, atraente e bem sucedido que aparentemente dá as cartas em sua vida. Seu karma é seu vicio pelo sexo; revistas, masturbação, vídeos, chats, prostitutas...Coisas que não se discute abertamente. Contudo, ele é um viciado funcional, um excelente profissional que mostra sua outra face apenas ao retornar a privacidade do seu lar. Aparentemente ele tem o vicio sob controle.

Essa é a ilusão que todo o viciado tem, e logo ele se descobre como um animal encurralado em suas falhas e pela chegada de sua irma Sissy (Mulligan), que o tira de sua area de conforto. Que exige dele algo de família, de carinho, de apoio, de ajuda, de socorro... Algo que ele não pode oferecer já que suas relações humanas são formais profissionais ou luxurias sexuais. Não há nada entre, não há area cinza. Ele pode até tentar, mas vê seu limite. E creio que ali há outro medo, outra vergonha. A possibilidade do incesto. 

 Este filme inglês faz parte da crème de la crème de 2011, uma obra perturbadora que instiga questões à condição humana frente a seus vícios, a seus tabus sexuais, que emociona nas excelentes atuações de todo elenco, mas com primazia pelo seu protagonista.




 





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