Abobrinhas
Eu me desnudo diante
de você.
Não são peças de
roupas que caem no chão;
São camadas de
mascaras que uso.
Nem todas são
pérfidas, algumas são necessárias,
Como qualquer bom
frágil homo
sapiens.
Algumas são versões de mim,
Livres, sarcásticas, autenticas.
Outras são personas de mim,
Confiantes, doces, ainda mais legitimas.
Você acreditaria se lhe dissesse que
todas são minhas?
Tal como abrir botões e descer zíperes,
Meus dedos percorrem teclas.
Sinapses vasculham memórias, desejos,
Estranhas similaridades, bem-vindas surpresas.
Ingênuos sorrisos a noticias suas.
A cada carta para você; uma parte de mim.
A cada carta para você; uma poesia conjurada.
Nunca enviada, nunca escrita, apenas decorada.
E elas borbulham sob minha pele,
Tocam minha língua, trespassam meu corpo.
Perseguem-me, flutuam nos meus sonhos.
Questionam-me da razão de mante-las
Cativas em minha desvairada imaginação.
Não é apenas covardia, é temor de entendê-las.
Pois ao liberta-las, ao dar-lhes vida,
Ao escrevê-las num papel que não existe,
Em Times New Roman, elas passam a realidade.
Não são apenas minhas, serão suas também.
Você me pediu meus escritos íntimos,
Aqueles minutados para outros, para mim.
Acordei de madrugada, escolhi Adele on repeat,
E escrevi: 20 alforrias e uma canção desesperada.
Exponho minha nudez diante de você. Peça-as.
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