Você
tá indo para onde? –a mim logo pergunta meu companheiro de viagem.
Você
mora em São Paulo como eu? –e lhe falo da minha Ilha.
Mas
Floripa é uma ilha e mora só você? –sinto-me como Pequeno Príncipe.
E
tem muita praia? –e os olhos pueris se enchem de animação.
É
como o Rio? –percebo logo que é sua referencia de lugar divertido.
Eu
nadei numa piscina na casa da minha tia, e quando mergulhei, fiquei um tempão
lá no fundo.. Como uns 2 meses lá.. É, uns 2 meses no fundo...
Você
sabe mergulhar? –como explicar-lhe que a água é meu universo.
E
por que você tem que voltar para tua ilha? –o trabalho explico-lhe.
Quando
chegar, tenho que voltar a jogar bola -confidencia no mesmo tom.
Eu
gosto da escola sim, mas gosto de jogar bola.. Só não gosto do Felipe que bate
no Francisco. Não é certo, ne? –ele é incrivelmente adorável.
Só
não quero ser mais goleiro –e aproveito para saber onde ele quer jogar.
Linha...
Sou bom ali, o gol não é divertido... Você tem que esperar
sozinho...
Você sabe
jogar bola? –e tenho que quebrar-lhe as ilusões.
Vocês
empinam pipa lá no sul? –pergunta-me ao ver uma pipa pela janela.
Eu
cortei 3 pipas, uma era amarela bem grandona. –ele sorri cheio de alegria.
E
é muito longe para você chegar em casa? –conto-lhe o que me falta.
Eu
vou pegar mais 1 onibus e 2 trens p chegar em casa...É né, mae? 1 onibus e 2
trens... –ele fala esperando a confirmação da mãe que está ao lado.
Quando
eu for grande, eu vou saber entender um mapa... Ai eu vou saber onde é
tua ilha... –e a imagem do Pequeno Príncipe não me abandona.
E
ver mapa de tesouro também... Você sabe ler mapa de tesouro? -sorrio.
Eu
tenho 7 anos, mas eu vou ser mais grande depois.. Você também vai ser mais
grande? –a mente de uma criança é tão espetacular.
Eu
vou abrir meu presente de natal quando chegar, você tem presente na tua casa para
abrir também? –e lhe digo que sim, o que lhe faz feliz.
Você
dormiu, você estava cansada? Bem que a minha mãe disse para eu parar de falar,
ela disse que se eu não paro de falar, você não tem como descansar... –a mãe
dele me da um olhar de desculpas.
Você
quer descansar mais? –questiona esperando por um não.
Minha
mãe disse que é para ver se você quer bolacha, você quer? Eu divido com você...
–e divide suas bolachas com bichinhos comigo.
Como
é mesmo teu nome? –repito o meu, confirmando o dele.
Angela...vou
pedir para minha mãe escrever num papel ai eu não esqueço mais... Mas é como um
anjo, né? Ange-laa... Assim eu lembro...
Como
mencionei, incrivelmente adorável.
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